O crédito consignado para CLT acaba de ganhar um novo formato que promete facilitar o acesso a financiamentos com juros mais baixos para mais de 47 milhões de trabalhadores formais no Brasil. Em vigor desde 21 de março, essa modalidade foi atualizada com foco na inclusão de empregados da iniciativa privada.
Com a integração ao sistema da Carteira de Trabalho Digital, esse novo modelo visa oferecer condições mais competitivas ao trabalhador com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por MEIs.
Se você tem dúvidas sobre como o crédito consignado CLT funciona, a seguir está um guia completo para te ajudar a entender tudo sobre essa nova modalidade.
Neste artigo
Como solicitar o consignado para CLT?
Para acessar a nova modalidade de empréstimo com desconto em folha, o trabalhador deve entrar no site ou aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e autorizar o compartilhamento de seus dados via eSocial. Com isso, as instituições financeiras podem fazer propostas de crédito personalizadas.
“Após autorizar, o trabalhador recebe ofertas em até 24 horas e pode contratar diretamente pelo aplicativo.”
A partir de 25 de abril, também será possível contratar pelos aplicativos dos bancos.
Quem tem direito ao novo crédito consignado?
Tem direito ao consignado carteira assinada:
- Trabalhadores com carteira assinada
- Empregados domésticos
- Trabalhadores rurais
- Empregados contratados por MEI
Qual o limite de desconto na folha?
A margem consignável é de até 35% do salário bruto, considerando comissões, abonos e outros benefícios. Esse valor é descontado diretamente na folha de pagamento, o que garante mais segurança para o banco e melhores taxas para o trabalhador.
Exemplo de desconto:
| Salário Bruto | Limite de Consignação (35%) |
|---|---|
| R$ 3.000,00 | R$ 1.050,00 |
| R$ 5.000,00 | R$ 1.750,00 |
Quais dados os bancos podem acessar?
As instituições financeiras têm acesso apenas aos dados autorizados, seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD):
- Nome completo e CPF
- Tempo de empresa
- Margem salarial disponível
- Verbas rescisórias em caso de demissão
Mais de 80 bancos e financeiras já estão habilitados pelo Ministério do Trabalho para operar essa linha.
E se eu for demitido ou mudar de emprego?
Em caso de desligamento, parte do valor das parcelas pode ser abatido do FGTS e da multa rescisória, respeitando os limites legais. Se não for suficiente, o pagamento é pausado e pode ser retomado com novo emprego. Também é possível negociar diretamente com o banco.
Se mudar de emprego, o desconto em folha segue pelo novo empregador via eSocial.
Posso migrar um crédito anterior para o novo modelo?
Sim. Quem já tem outro crédito pode fazer a portabilidade:
- Dentro do mesmo banco: a partir de 25 de abril
- Entre diferentes bancos: a partir de 6 de junho
Também é possível migrar do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para o consignado para CLT.
Existe um teto de juros para essa modalidade?
Não. Diferente do consignado para INSS e servidores públicos, o consignado para trabalhadores privados não tem limite definido de taxa. Cada instituição estabelece suas condições, o que torna essencial comparar ofertas.
E quem usa o saque-aniversário do FGTS?
Não há restrição. Quem optou pelo saque-aniversário, ou antecipou esses valores, também pode contratar o crédito para trabalhador CLT normalmente.
O que muda com o novo modelo?
Antes, empresas privadas precisavam firmar convênios com bancos para permitir o desconto em folha. Com a nova estrutura integrada ao eSocial, isso se torna automático, facilitando o acesso ao crédito.
Segundo a Febraban, o volume de crédito consignado privado pode ultrapassar R$ 120 bilhões em 2025.
O novo modelo de consignado para CLT representa um avanço na democratização do crédito no Brasil. Além de ampliar o acesso, oferece mais transparência e autonomia para o trabalhador formal escolher as melhores condições sem burocracia.
Para aproveitar bem essa oportunidade, acompanhe regularmente seu histórico financeiro e compare sempre as ofertas entre os bancos autorizados.
Fonte: Agência Brasil